Quinta do Carregal (Tondela, Portugal_2013-2016)

Num território aparentemente infinito e maioritariamente ocupado por pinheiros e carvalhos, a implantação da casa assinala um espaço e uma intenção. Um espaço de pausa, de desafogo, de serenidade, envolvido e protegido pela mancha verde que filtra a luz e o olhar, que purifica o ar e a alma, que estimula as sensações corpóreas de quem se deixa seduzir pelos elementos da natureza. Uma intenção clara de materializar um refúgio perene que se transforma e adapta às condições do sítio onde está implantado e da família que o habita.

A casa não começa no limite físico das suas paredes, mas antes no limite exterior da mancha verde que a envolve, assumindo-se o seu perímetro como paredes imaginárias que conformam uma moradia maior, um habitat. Esta mancha verde, ou melhor, este bosque, assume-se como o espaço intermédio e de transição entre o exterior (o que existe para além dele) e o interior (habitação).

O volume construído em betão à vista estabelece e molda uma fronteira que toma forma recorrendo a pátios definidos pelos espaços interiores da habitação. É o espaço vazio recortado e subtraído ao construído. Este desenho favorece a organização e hierarquia dos espaços inerentes à habitação, e ainda o aumento do perímetro de contacto com o bosque, o que potencia a criação de cenários onde acontece a fusão entre habitante e natureza, onde a experiência visual, táctil, auditiva e olfactiva é estimulada de forma a proporcionar uma sensação de conforto e bem-estar a quem ali vive.

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