CONTEXTO

A arquitectura está ancorada a cada situação e por isso é conjuntural. Entendemos o contexto de trabalho como a especificidade do lugar e individualidade do cliente, de acordo com diversas dimensões. As dimensões física, temporal, cultural, histórica, económica, social, construtiva e funcional, constituem a história e a matéria principal do projecto arquitectónico. Para nós, não existe uma linguagem pré-estabelecida nem nenhuma fórmula que dê uma resposta a um problema concreto de uma transformação na qual participamos.

Cada projecto é então envolvido na problemática específica que se lhe depara, procurando captar, questionar e sintetizar todas as condicionantes de forma a desafiar e não harmonizar passivamente com elas. É assim que o contexto vai potenciar a geração de uma ideia funcionando como uma espécie de território de sustentação da mesma.

IDEIA

A ideia é a pedra angular da arquitectura. Da mesma forma que as pedras angulares definem a estrutura da construção e estabelecem ali a ordem espacial, a ideia organiza e dota a forma construída de intenção e conteúdo. É uma construção imaterial materializada na forma física.

A ideia é a síntese de todos os elementos que compõem a arquitectura. Todos os elementos convergem na ideia. Uma arquitectura sem ideias é vã, é pura forma vazia.

Pensar, pensar, pensar. Sentir, sentir, sentir. Discernir, eis a origem de toda e qualquer ideia.
Objectivamente, a ideia é tanto mais precisa quanto melhor responda às condicionantes do projecto, tendo sempre o indivíduo como foco central, e tenha a capacidade de ser materializada e de gerar um significado que permaneça na memória e no tempo.

EXPERIÊNCIA

A experiência espacial por parte dos indivíduos é fundamental para toda e qualquer obra arquitectónica, pois é ela que sintetiza todo o processo precedente que culmina num propósito final, a vivência. Para nós, só existe arquitectura se for vivida.

Entendemos como experiência espacial, a percepção, compreensão e interpretação de um determinado espaço. Para isso, exigimos a nós próprios a produção de uma arquitectura multissensorial que permaneça na memória e não meramente visual e estéril, uma arquitectura profunda que integre os sentidos com as memórias. Enfatizamos e manipulamos os espaços, os materiais de construção, as texturas, as cores, os odores, as luzes e as sombras tendo em conta critérios de proporção e escala, para serem captados pelos sentidos, de forma a proporcionar conforto físico e emocional e a contribuir para a criação de atmosferas. São estas atmosferas, que resultam da interacção dinâmica entre os elementos arquitectónicos objectivos e a sua percepção subjectiva, que permanecem e que comovem.

Consideramos também que a arquitectura precisa de deixar espaço para a indeterminação. Esta ambiguidade permite uma apropriação espontânea e mutável da obra, fazendo a ponte entre a arquitectura e a realidade da vida de cada um e escrevendo capítulos de uma história em constante transformação.